domingo, novembro 23

seus olhos

esse seu olho é um labirinto sem paredes.
a gente se perde e não quer mais se encontrar.
sem referência se enxergo ou sou visto.
é como se reiventasse a imensidão do mar.

quarta-feira, novembro 19

o som da poesia : manuel bandeira

segunda edição do programa

http://tinyurl.com/5mv7zo

Mia Couto

"Afinal, os homens também são lentos países. E onde se pensa haver carne e sangue há raiz e pedra. Outras vezes, porém, os homens são nuvens. Basta o soprar de um vento e eles se desfazem sem vestígios."

"Acreditar é para quem desperta, acreditar é para quem chega. E ele estava de partida, estava fechando a alma com os mesmos cortinados que escureciam a casa dos Sozinhos".

in: Veneno de Deus, remédios do Diabo.

segunda-feira, novembro 17

tantos livros

na minha cabeça, tantos livros.
faltam as palavras para preenchê-los.

sábado, novembro 15

chorar

por que é tão difícil chorar no ônibus?

saudade

a saudade funciona em mim como um susto.

quinta-feira, novembro 13

june sky

as nuvens são as respirações visíveis.
as tempestades, as ofegações.
o céu limpo, prendimento de respiração.

na noite escura,
prendemos a respiração
para ver estrelas.

casas

ela estava sentada numa dessas cadeiras de plástico e com um cobertor bastante fino mas com desenhos interessantes. há muito estava lá, do lado de fora do portão, deste jeito. os cabelos bagunçados pelo vento natural dos ares e pelo movimento dos carros que embora diminuissem a velocidade pela curiosidade de ver uma menina enrolada em um cobertor sentada em frente a casa, ainda assim eram velocidades para estampidos de vento.

de vezes, focava o olhar em algo na paisagem, ora a esquina que escondia na outra ponta uma grande avenida; ora nas árvores e seus movimentos que pareciam indicar mais precisamente o tempo que o próprio sol. sim, ela tinha consciência de muitas coisas, talvez até da estranheza de alguém estar assim na rua. a vizinhança achava que ela esperava por algo, mas não sabiam dizer o que era tão urgente que não pudesse esperar dentro da casa.

soube mais tarde que ela tivera uma idéia estranha de que todos nós fossemos casa e ela queria saber o sentimento da casa a espera de seu habitante. porque se ela era uma casa que caminhava, a rua era seu caminho. mas se as casas não andam, o que seria a rua para as casas?

dois meses depois, lá estava ela novamente em frente a casa sentada com na cadeira plástica e com o mesmo cobertor. na casa, havia dois pedreiros trocando as janelas por outras maiores e construindo uma chaminé.

sábado, novembro 8

o som da poesia - carlos drummond de andrade

para quem gosta de carlos drummond de andrade, a primeira edição de um programa de rádio que estou produzindo.

http://tinyurl.com/6rhg5s


espero que gostem.

terça-feira, novembro 4

diálogos noturnos

-- ... e você me deixou escapar, hein?
-- nada, você ainda está aqui.
-- ... verdade.

segunda-feira, novembro 3

procura-se

procura-se mariana zanotto, bailarina de leme e hamburgo. há muito tempo perdeu-se contato. quem tiver alguma pista, endereço e razão, favor mandar um email para marcioyonamine@gmail.com .

desde já agradecido.