segunda-feira, dezembro 29

parachutes filmes online!

* a lenta capta, o coração edita


pretendemos rodar 6 projetos ano que vem! 

(isso que é promessa de ano-novo)

sexta-feira, dezembro 26

the tempest

we are such stuff,as dreams are made on, and our little life is rounded with a sleep.

shakespeare

. ano novo .

já é o segundo ano que vejo o novo ano como uma continuação. não que seja ruim. é como se os sonhos se organizassem e viessem a mim com paciência e calma. o tempo necessário para escolher cores e pintá-los.

tempo necessário para enxergar coisas invisíveis.

terça-feira, dezembro 23

feijão

tenente jonas contou-me esta história em um treinamento para brigadista:

"-- a época de natal é muito estranha. todo ano alguém morre de feijão e solidão.
-- feijão?
-- sim. a demora de se cozinhar o feijão faz com que ele seja preparado primeiro. mas as pessoas que moram só, numa cidade como esta, cansadas, às vezes acabam dormindo enquanto esperam. o feijão se queima e exala monóxido de carbono que é letal. mata sem que se perceba.
-- nossa, que triste.
-- o mais triste é que todos sempre deixam o arroz já lavado."

segunda-feira, dezembro 22

2009

é o ano para enfrentar velhos fantasmas.
o ano para reinventar o fantasma.

quinta-feira, dezembro 18

. espera .

-- é que eu acho realmente que essas coisas abandonadas por nós acabam nos retornando com assombros. não há sempre o horror, há também uma volta com delicadeza, com outros sentimentos ou os mesmos mas antes imperceptíveis. e esta é a minha dificuldade: tendo esperança que voltem, eu, no fundo, não consigo abandoná-las.

-- então não as abandone. deixe que elas te abandonem. é mais fácil para quem não espera.

terça-feira, dezembro 9

. solidão .

eu escrevo coisas que a solidão me sussurra.
e escrevo torto e de propósito
para que ela desista de mim
e escreva por si só.

sábado, dezembro 6

. estar lá .

juliana sempre teve um porto seguro: joão. toda vez que se sentia mal ou que a vida lhe dava uma rasteira, o apartamento 23 de um prédio na rua lisbonera era um lugar para se estar. joão sempre lhe abriu a porta e cada vez que ia havia chás e essências diferentes.

que lembrasse um cheiro nunca se repetiu e não se lembrava de ter ido sem que tivesse motivo de tristeza.

até que hoje, depois de pensar em seus falidos amores, foi ter com joão. mas ele não estava mais lá. havia se mudado.

foi então que percebeu que seu porto era o coração de joão. e pior que enfrentar tempestades é não ter para onde voltar.

segunda-feira, dezembro 1

madrugada

era madrugada, estava inquieto. fui para sala porque podia-se ver a rua. deserta e cheia de silêncio. observei as luzes dos postes, inúteis.

ela veio do quarto, sonolenta. não disse nada, esperou que eu falasse.

-- olhe estes postes, inúteis, para que iluminam tanto?

-- te trouxeram até a sala, te levaram de mim, já é alguma coisa, não?