estava com sono e acabei encostando a cabeça no vidro. apesar da noite, é a luz do interior do ônibus que desenha os vidros. no reflexo, vi uma moça em um prepicipio de chorar. faltava muito pouco.
era como se os óculos que usava ajudassem a impedir. os lábios tremiam e palpitavam seu medo pela falta de controle. eu pensava que faltava pouco para que ela chegasse em casa e que lá poderia sentir-se melhor em seu desespero.
ela olhava de vez enquando também para o vidro. mas ela não me via. o seu olhar atravessava o reflexo e a cidade. como se além da paisagem estivessem todas as suas almas perdidas e todas que ainda se perderão.
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2 comentários:
... que coisa linda!... uma bela descrição da cena e, principalmente, da dor do outro... senti-a como se fosse minha!
grande abraço!
p.s.: encontrei seu blog no "abre-te sésamo".
olá natalie! obrigado pela visita. não conheço o blog "abre-te sésamo". pode me passar o endereço? volte sempre! bj
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