jessica tem sempre essa impressão de que os homens irão abandoná-la. por isso não cria laço algum. aperfeiçoou durante os anos a manufatura do esquecimento: papeis embebidos em vodka e queimados no jardim.
em seu apartamento tudo está na medida certa. não há quem saia, não há quem entre. só é dado ao par o que anatomicamente deve ser. do resto, contenta-se com o que é singular.
se houve quem a amasse para uma vida a dois, sim. mas ela não sabe e prefere não saber. não conhece a solidão como o sol que não conhece as sombras.
não, meu nome nunca foi queimado mas sou como cinzas de jessica. ela me chama, saímos, vai até minha casa e vai embora depois de lhe preparar café.
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