sábado, outubro 4

eu fiz essa fita do chico


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eu fiz essa fita do chico e alguém pode pensar que é mais fácil que o chico fale por nós. porque muitas vezes encontramos em músicas do chico algo que parece bem nos representar tanto o que somos quanto o queremos ser. ou porque as músicas dele contam histórias que ouvimos com gostosura e atenção. são histórias que falam sobre pessoas sentimentais ou que passam por uma situação sentimental. e realmente há qualquer coisa de sentimental em se fazer fitas, há qualquer coisa de contar histórias e deve haver qualquer coisa de atenção.

mas se por um lado é uma fita bacana que eu fiz, por outro, considerei que quem me pediu foi você. então é uma mistura do que eu gosto e do que você poderia gostar. tudo em um único espaço-tempo de 3 minutos e pouco. uma faixa eu pego para mim como a "xote da navegação" que parece que só eu gosto muito. outra eu dou a mão ao mais conhecido e que provavelmente você deve gostar como a divertida "biscate" (a gal costa está demais como a mulher do malandro ou a própria malandra!).

comecei com "meus caros amigos" para que soasse que eu estivesse escrevendo uma carta. fitas tem uma intimidade mais próxima das cartas, acredito. depois vem gal passa sorrisos em notas musicais.

depois vem teresinha. esta canção é para dizer que eu ando achando cantigas de roda, ninar e outras brincadeira, uma coisa linda. no caso do chico, ele é bastante cruel quando pega esse mundo lúdico e coloca sofrimentos adultos. dói e não dói.

"pelas tabelas" parece que não tem fim. como se caíssemos de uma escada com degraus curtos mas que não possuisse corrimãos. chega um momento que fica divertido cair indefinadamente. "a rosa" é uma música divertida que uma amiga me apresentou junto com uma lenda de que haveria uma outra letra mais picante. "futuros amantes" traz um verso que parece bufada de paciência: "não se afobe não que nada é para já".

"bancarrota blues" também é divertida pelo refrão de que tudo se pode vender até o que a gente acha que não tem preço. temos um temor de que talvez tudo tenha seu preço, de que pertençamos a uma lógica do capital. acho divertido que possamos brincar com as palavras assim. penso melhor o que é importante e o que vale. do preço, esqueço.

vem então o "xote da navegação" que é quase um clipe do michel gondry. o sonho se confundindo com a realidade. será possivel confundir a poesia a ponto de que ela comecesse também a tornar forma na realidade? é como se devolvêssemos poesia de onde tiramos.

"o caderno" sempre me dá vontade de chorar, mas um choro tímido das coisas que passam. como se pede a alguém que não nos esqueça porque simplesmente deixamos de existir um pouco? acho corajoso.

por fim o samba do grande amor que sempre me fez dignidade em qualquer tipo de amor.

quando a fita acabar, diga-me o que achou. nem tanto do chico que precisa pouco para gostar, mas da ordem e das escolhas. faltar sempre falta e talvez por isso que façamos como essa de gravar fitas.

Um comentário:

Anônimo disse...

Amei!
Acho que não tinha como ser diferente... era o que queria ouvir... tao gostoso que é ouvir o Chico.
Quanto a ordem e as escolhas, ta uma delícia... Falta algo? mas não dava pra caber tudo não... é tua fita.. como você quis, e eu fiquei feliz com o presente.
Não conhecia o xote da navegação.. bonita neh. Gostei do que escreveu sobre as músicas.

besos :) aurea