fiquei na cidade somente um dia. havia chegado a noite, hospedei-me em um hotel bem simples. jantei no restaurante a frente. depois, como não era tão tarde resolvi caminhar. cheguei a praça principal e estava cheia. foi uma visão profundamente bucólica de algo que nunca conheci.
sentei-me em um dos disputados bancos. estava esperando um telefonema. estava pela cidade para uma visita surpresa a uma amiga e deixei recado em sua caixa postal. talvez estivesse ausente da cidade, mas não pude evitar de ir e conhecer os seus lugares.
porque tenho mania de guardar detalhes bobos. lá estavam, em frente a praça, as duas salas de cinema que ela havia comentado que sempre exibiam filmes opostos. o gramado a esquerda da igreja, um ponto de encontro. a sorveteria com bolas a preços acessíveis. e o céu estrelado.
ela acabou me ligando pela manhã. passei o dia com ela visitando os lugares. mais a noite, estava na rodoviária para voltar a são paulo. ela se desculpou pelos pequenos causos do dia. o cachorro cego, a poeria da cana de açúcar queimada ao longe, a visita inesperada a um aeroporto.
eu disse que não foi nada. que mais que a cidade, foi sentimental conhecê-la em sua cidade. seus chinelos, a segurança que dirigia, os livros preferidos que não trouxera para são paulo, a escola dos seus amores, o palco de sua estréia.
uma cidade dentro da outra.
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2 comentários:
como sempre, lindo e profundo.
parabéns por sua verdadeira humanidade e sensibilidade, Márcio.
bom fim de semana!
"que mais que a cidade, foi sentimental conhecê-la em sua cidade. seus chinelos, a segurança que dirigia, os livros preferidos que não trouxera para são paulo, a escola dos seus amores, o palco de sua estréia"
muito bonito isso.
beijos
carol
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