entre os vasos de temperos deixados a sorte,
havia um de poesia que resistia tal qual o alecrim.
sua dona, nestes dias de longe,
almoçava muito fora
e voltava muito cansada para jantar.
mas de manhã,
enquanto preparava o café rápido,
sempre via de relance a sombra de seus temperos da janela.
e os lábios rachados da secura do dia
faziam com que pegasse um copinho de água e irrigasse o que restava.
assim a poesia resistia a miséria como lembrança rachada.
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