sábado, outubro 3

. passagem para mariana .

através da janela do trem me perdi em tempos obliquos.
o meu reflexo na janela envidraçada me envelhecia.
nas passagens dos tuneis fui transportado em medos deslocados.
as curvas me faziam olhar a máquina que me levava,
nas retas, imaginei que não me restava muita coisa do que já fui.
fitava os barrancos com a supresa de menino que reconhece aos poucos a altura.
o balanço me fez pensar em ter saudades tuas.

então perdi as perspectivas e proporções.
e percebi o quão éramos próximos apesar dos espaços deslocados.
e o quanto não éramos.
fiz meu ombro se acomodar no banco de madeira desconfortável
para ter a melhor posição até o termino da viagem.
pensei em ti algumas vezes e a paisagem foi mudando de cor, saturando.

sinto saudades.
a distância faz a montanha ficar azul.

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