quinta-feira, maio 8

. saudades aureas .

foi passar um vidrex na janela que toda aquela visão turva do céu ficou nítida.
foi preciso uma nuvem para delinear o que era esboço.
a condensação do meu hálito nos vidros não impediu que minha visão se prendesse.
como se o ar em transito pudesse desfazer as nuvens.
quis, por alguns instantes, abrir a janela e ser surpreendido pelas diferenças de temperatura.
mas o coração hesitou: "segura o mundo que te atravessa,
vista a camisa com a melhor estampa, escove os dentes, desarrume o cabelo,
calce o tênis, abra a porta e parta".
passei pela porta e o mundo passou por mim.
fui ficando nítido para as nuvens.

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