quarta-feira, março 18

uns versos para jezebel

jez, alguma orelha
escrita para te impressionar.
criava minibiografia
que ajudasse no preparo
e vontade das palavras
a serem ditas.
quem se impressiona
com orelha, jez? você.

a sua mania
de ler tudo entrecortado.
jez, você lê tudo errado,
mas cria outra compreensão.
lado sem lado outrora,
opinião facultativa
agora tão necessária
para os textos perdidos
dos homens encontrados.
jez, você me faz pensar.

escrevo para pensar em você.
jez, sei que você lê quando pode.
e quando pode também avisa
que faltou coragem e persuasão
e sobrou comiseração e dedos.
mas amor ficou no ponto
porque amor é pontual, não é, jez?
amor são todos os pontos
que nos encontramos nos outros
e os outros se encontram
nos nossos furúnculos.
jez, às vezes você tem bom gosto.

agora assine este poema,
porque o que você me enviou
eu já assinei. metade da orelha
é sua, a outra metade fica com
a biografia de alguém pontual.
ah, o amor, jez, a gente deixa
para quando tivermos tempo
de nos encontrar.

marcio e jezebel

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