domingo, novembro 18

. ana .

ana querida,

como vai o rio? foi preciso que você fosse dar uma folga de sampa city para que eu conseguisse escrever. a gente pensa que a geografia vai revelar o quanto somos afastados de quem amamos, mas é o tempo quem mede os oceanos.

hoje comprei um celular novo. aparelho, digo. o velho número continua inalterado. mesmo sabendo que pouca gente me liga, gostei da idéia de ter um aparelho que possa funcionar melhor. vai ser a prestações a perder de vista. lembrei-me dos seus móveis que já devem estar para serem saldados. fiquei pensando que eles eram uma forma de estar compromissado com algo. não que dívidas possam ser uma forma de relacionamento saudável, mas os móveis quitados vão exigir outros para se completar até que se perceba uma casa.

aconteceu outra coisa estranha hoje também. fui para rua resolver alguns projetos e pensei no que poderia ser uma história que só eu pudesse contar. comecei a pensar nas ruas que me agradam, em algumas pessoas que conheci, no sentimento de estrangeiro e fiquei imaginando meu passado. pensei: "acho que a ana nem desconfia que coisas me atormentam, mas deve saber que ela própria é um bem... ou não sabe?".

pois, saiba.

agora preciso acabar um trabalho. aquele mesmo que terá que traduzir. já adianto o quanto é tedioso falar sobre espumas, grãos e sabão em pó. mas a gente discuti isso com uma brahma.

bjs
marcio

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