domingo, novembro 11

. beloved .

eu olho para patrícia tentando atravessar seu tempo. não é para ver o tecido se contorcendo em si. muito menos para saber se a sabedoria acumulada lhe tirará a velocidade. olho para além da sua ansiedade de agora, para além das dores e mágoas, projetando uma alegria atravessada.

vejo-a com alguém que lhe ama bastante porque patrícia é uma pessoa bastante amável. mas há algo que a faz perder a estação. na primavera, o inverno. por alguns momentos, ela renomeia alguns objetos e lhes tira as qualidades essênciais. a colcha torna-se um vestido. o lenço, um chapéu. este alguém que lhe ama profundamente a resgata das confusões do tempo e pede para que use corretamente as coisas a fim de que nada a machuque ou que doença a ataque.

mas patrícia ainda pensa no amor. naquele amor prometido em outros tempos. neste tempo em que eu tento olhá-la além. na poesia descoberta em felicidade. aquele que a acompanha e que tanto lhe ama não é o amor. ele não tem o que pode completá-la. ele nunca a conhecerá como o amor havia lhe prometido conhecer.

esta minha visão de patrícia futura é um projeto de presente. talvez ela nem pense neste amor que agora lhe soa tão fundamental. por hoje, ainda acreditará, em controversia, que o amor é essencialmente poética.

e aquele homem que a amaria tão profundamente já estará prometido a uma outra de mesmo nome.

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