Hoje eu sonhei que era feliz. Os pesos que haviam em minhas costas, onde foram? Sumiram. As ruas não tinham cacos de vidro escondidos em cada esquina e eu andava descalço, sentindo verdadeiramente a terra que um dia me receberá. O céu estava claro, uma claridão amena, de corar a pele. Meus cabelos estavam curtos, de um jeito que não me atrapalha a vista. Eu levava as minhas coisas mas não precisava de mochila. Eu pensava em uma música e ela tocava. Eu sorria como gostaria de sorrir sempre. E tinha pouco medo, tão pouco que nem lembrava de quê. Era só um medo para se sentir vivo, para ter assunto para conversar, eu podia conversar horas, estava disposto e estava feliz.
Ao acordar, percebi o bafo roco da realidade. Mas não me aborreci. Enquanto sonhava pensei nos aborrecimentos e eles todos eram muito pequenos e simplórios. Quando eu acordei e vi que continuavam assim, achei mesmo que pudéssemos transformar sonhos em realidades, mesmo que não houvesse concretude para que pudesse provar a alguém. Os sonhos tem seus fragmentos de memória. E a memória, seus fragmentos de sonhos.
Se para a terra vou voltar, dos céus dos sonhos me lembrarei de me hospedar antes.
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Um comentário:
sobre sonhos hj lembrei de um filminho com janelas e varais.
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