domingo, junho 12

O Terminal

Assim como todos os filmes de Steven Spielberg, "O Terminal" carrega a mão do diretor. Há muito tempo que tenho tentado assistir a esse filme, mas por falta de tempo ou por estabelecer prioridades, sempre adiei. Um dos motivos foi por achar que é um filme menor do diretor de "Império do Sol", "Lista de Schindler" e "Indiana Jones".

É um filme primoroso, com personagens cativantes e cheio de engenhosidade. Confesso minha simpatia por personagens mais bestiais ou sem qualquer tipo de ética. E acho muito arriscado seguir o caminho da virtude sem parecer piegas. Mas o Spielberg acredita mesmo nessas coisas. Li num livro sobre TV que uma das coisas mais lindas que apareceram na telinha foi Lacan falando ininterruptamente durante algumas horas, quase sem cortes. "Qual a graça disso?", perguntaria. A graça é que lindíssimo ver alguém falar com paixão do que acredita. E Spielberg faz isso.

Talvez também seja um pouco um tapa na minha cara que anda muito descrente no mundo. E talvez daqui a algumas horas eu já volte a dura realidade da falsidade humana. Mas por alguns momentos foi bom (e é) reparar que a dignidade tem suas invenções também. Se a circunstância nos aprisiona a vida, o que acreditamos e fazemos valer ainda é a chave para se viver um pouco melhor.

Hoje me lembrei de como é bom cumprir promessas feitas a quem amamos e a quem nos ama.

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