domingo, setembro 2

. capitulo 1 : a árvore .

sou como um fantasma que volta a velha casa: tento atravessar o que suponho que as paredes tenham me impedido.

já no primeiro embate, uma desvantagem: ao girar a chave do portão, ela se quebra provando que há o perícivel nos metais.

a árvore grande da escola em frente a casa ainda continua lá, ereta e decidida. engaram-se que sua velhice mataria os estudantes. muitos deles passaram e sentem saudades da grandeza, porque eles mesmo não fizeram os seus grandes sonhos. estudei naquela escola onde a árvore já fazia sombra sobre o teto. seus galhos vacilantes já sucumbiram a ventanias. pude, em são paulo, ver as ondas de um mar clorofilado.

pensei em tocar a campainha, mas não havia quem atendesse. atravessei o portão sem dificuldades. é próprio dos que sonham cinema as elipses. eu fiz questão de me apoiar no tempo morto e tornar longo e significativo o atravessar do portão. a velha árvore me recebeu com sombras animadas, cheio de assovios.

naquele momento, não sabia se mantinha a lembrança dos viventes ou se abrigava nas casamata das memórias o olhar saudoso da árvore.

Um comentário:

Anônimo disse...

Alikan canta um latido de saudade, de algum lugar, com as trouxas prontas, no caso de você conseguir entrar.