domingo, maio 22

A Pipa e o cano

Quando a minha cachorra, a Pipa, veio para minha casa, pequena ela era. Dormia numa caixa perto de um cano exposto onde um dia existia um tanque de lavar roupa. Logo foi se acostumando pela casa, brincando, correndo e dormindo em qualquer lugar.

Mas quando troveja, sempre a vejo nesse lugar primeiro, ao lado do cano. Não entendia porque ficava por ali se havia tantos lugares mais seguros de trovões. Cheguei perto para perguntar -- os donos tem essa coisa boba de falar com seus animais de estimação -- e então ouvi o fluido das águas que vinha daquele cano. Lembrei-me de que uma amiga me havia aconselhado a colocar um despertador ao lado do cachorro quando ele é pequeno. Dizia que era para ele pensar que era o coração da sua mãe.

O coração da mãe da Pipa vem de um cano. E ele não bate. O coração flui.

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