Eu estou procurando. Não sei bem o quê. Mas procuro.
Procuro embaixo dos lençóis, das pedras falidas, atrás dos quadros pintados, nas imperfeições de tinta das placas de trânsito. Procuro em frequências desafinadas dos blues e na síncope nauseantes dos sambas. Há algo entre o concreto e as almas perdidas, procuro ali. Quero encontrar uma mulher com unhas pintadas e brincos de porcelana. E que carregue em si um sofrimento de febre. Procuro em seu sorriso, nos cabelos encaracolados, na franja suspeita, a fraqueza comum dos homens. Procuro um filamento, flor de plástico, boneco de pelúcia, lentes sem perspectivas.
Não tenha o trabalho de encontrar. Ajude-me amorosamente a procurar.
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